Tradicional escola gastronômica francesa ganhará sede na zona sul do Rio de Janeiro
A escola ficará em Botafogo. As obras começarão em breve, já as aulas devem começar no início de 2012, com duração de nove meses. Os professores virão principalmente da França e não há projetos de outras filiais no Brasil.
O Governo Estadual também fechou um acordo para que pessoas de baixa renda também consigam estudar na prestigiada escola, além de jovens formados em escola pública.
"A Cordon Bleu vai formar e ao mesmo tempo valorizar a cultura local. A técnica francesa está em 80% das escolas do mundo. A partir dela, pode-se desenvolver qualquer técnica. E as aulas vão valorizar os produtos locais tradicionais", diz Roland Villard, chef do restaurante Le Pré Catelan.
Em Paris, a maioria dos alunos do curso completo é de estrangeiros. Villard acredita que essa escola ajudará a culinária brasileira a fazer parte da história da gastronomia mundial, assim como a mexicana, a italiana, a peruana e a libanesa.
O Rio de Janeiro vive um momento de crise em sua Escola Estadual de Formação em Saúde, que leva o nome da sanitarista Izabel dos Santos falecida recentemente (Escola integrante da Rede RET-SUS).
ResponderExcluirNo Diário Oficial do dia 13 de maio de 2011, o Governador do Estado do RJ, publicou o Decreto 42.966/2011, ENTREGANDO A ESCOLA PARA A FAETEC. Até aquela data a Escola estava subordinada a Secretaria de Saúde do RJ, como deve ser uma escola do SUS.
A formação técnica dos profissionais de saúde do Estado está em risco com as atitudes do Chefe do Executivo Estadual. A Escola está sediada na Rua da Passagem 179 ? Botafogo, porém, noticia-se em todos os segmentos de governo que sua Excelência, além de transferir a gestão para a FAETEC, também vai transferir as instalações físicas, pois, no local funcionará uma Escola de Formação Gastronômica e Gestão Hoteleira ? Le Cordon Bleu ? escola francesa fundada em Paris em 1895 com convênio assinado com o governo do Rio de Janeiro.
Por certo que a necessidade de expansão e de abertura de oportunidades no segmento da instituição francesa, pode ser uma necessidade brasileira, mais, não em detrimento e prejuízo da saúde ? formação técnica de profissionais ? que se capacitam para solidificar e sedimentar as diretrizes do Sistema Único.
A onde o Senhor Governador pretende instalar a ETIS? Em Quintino, sede da FAETEC, se não tem espaço físico adequado nem mesmo para nós servidores da Secretaria de Ciência e Tecnologia.
A luta de classes dos servidores da instituição (enfermagem, odontologia etc) serviu e trouxe para a escola progresso. O Ministério da Saúde investiu em equipamentos e materiais didáticos para a formação técnica dos profissionais do SUS, fazendo da ETIS, uma instituição de ensino e pronta para pesquisa, servindo inclusive a outras esferas do governo e atendendo a demandas do próprio Ministério da Saúde em diversas vezes, colocá-la em espaço ínfimo ou espremê-la em mistura a outras repartições estatais é esmagar e arranhar a conquista, e resultado de um trabalho propulsor e idealizado pela Izabel dos Santos, que felizmente não vive, pois, senão morreria com a decepção.
A instituição serve a saúde pública, possui identidade própria, e fez estória no cenário do SUS nacional, bastando que se confiram seus resultados acadêmicos e formativos desde sua criação, se mais não fez este não é o momento para discussão.
Vivemos num universo fragmentado por múltiplas vozes e interesses muitas vezes obscuros, frente a um horizonte desprovido de absolutos, com a nossa própria imagem mil vezes distorcida no jogo de espelhos de uma realidade vivida no trabalho e contraposta com o compromisso de saúde pública.
Engolida pelo vácuo de interesses, a saúde tende a reduzir-se à esfera do menos importante; olvida sua função social; ampara-se no mágico; desencanta-se na autoajuda imediata e no lançamento de sua própria sorte.
Nesse mundo secularizado, a Escola de Formação Técnica em Saúde Enfermeira Izabel dos Santos ? E A SAÚDE DO RIO DE JANEIRO ? perde espaço público, devido à racionalidade tecnocientífica, ao pluralismo de cosmovisões, à racionalidade econômica do Dono do Poder. Sobretudo, perde o espaço físico onde é provedora de compromisso com a formação técnica de trabalhadores. Seu lugar é ocupado pelo oráculo poderoso da gastronomia e gestão hoteleira Cordon Bleu; os dogmas inquestionáveis do mercado financeiro; o amplo leque de propostas desconhecidas frustra e entristece os militantes da Saúde Pública do Estado do Rio de Janeiro, como aqui expresso minha INDIGNAÇÃO.
Há alguma providência parlamentar ?política? a ser tomada em defesa dessa arbitrariedade?